Os veículos autónomos prometem revigorar o centro das cidades. Locais que até agora vivem com o congestionamento e barulho dos automóveis podem vir a ser transformados em zonas verdes, passeios largos e espaços únicos para se sentar e usufruir. Mas como?
Imaginem uma visita à Baixa, entrar no automóvel e conduzir rumo ao restaurante que está na berra. Além da confusão que é levar um carro para o centro da cidade, procurar um lugar de estacionamento pode ser um dos exercícios mais monótonos e cansativos na viagem. Um estudo inglês aponta que 30% do tráfego no centro das cidades, ou até 45% em alguns casos, é provocado por condutores à procura de um lugar de estacionamento34.
Um VA, devido à sua capacidade de se conectar à infraestrutura de estacionamento (V2I) e aos outros veículos (V2V), consegue ter acesso um conjunto de informações que lhe permitem saber aonde se deve dirigir. A eficiência da procura bem como das rotas, evitando congestionamento rodoviário em certos acessos, permite encurtar o tempo de viagem. Esta redução beneficia a eficiência energética e a qualidade do ar.
Mas porque é que o VA necessita de ser estacionado no centro da cidade? Não poderá o veículo largar os passageiros no ponto de destino e afastar-se do local, uma vez que é autónomo? A pressão de estacionamento no centro das cidade é elevada porque a oferta é escassa, o que se reflete nos preços absurdos de estacionamento. O VA pode estacionar fora do centro beneficiando de taxas de estacionamento mais baixas ou mesmo em casa, onde o estacionamento é gratuito.
Desta forma, o espaço actualmente destinado a estacionar os carros poderá ser convertido em locais de lazer. Esperamos do futuro uma Lisboa mais verde, com espaço para passear, andar de bicicleta ou até brincar na rua como antigamente?