Estratégia

O modelo de negócios de qualquer empresa de vigilância assenta em 3 pontos: Deteção, Reconhecimento e Identificação. Estes pontos estão diretamente ligados à resolução e ao detalhe da informação visualizada.

Deteção é sinónimo de procurar algo, podendo ser uma pessoa ou um objeto, numa situação em que ainda não foi anteriormente “detetado”. O processo de deteção está associado ao pouco detalhe para a identificação ou reconhecimento do objeto.

Por outro lado, reconhecimento implica mais detalhe que a deteção. Reconhece-se algo pela forma, cor, posição, número, isto é, pelas características próprias do alvo.

O último ponto é a identificação, aquele que exige maior detalhe. Para identificar algo, é preciso conhecer bem o objeto à piori e dizer que aquilo que se esta a observar é muito idêntico ou igual ao conhecido.    

Identificação e Reconhecimento Pessoal.

Identificação e Reconhecimento Pessoal (axn.com).

Deste modo, para conseguir a quantidade de informação desejada para uma destas situações, a colocação e o número de câmaras e microfones a colocar devem ser ajustados consoante o contexto da vigilância. Por exemplo, para vigiar um parque de estacionamento, como o detalhe não é muito importante (comparativamente com outras situações) poder-se-á utilizar câmaras com um angulo largo, apanhando uma maior área, codificando por exemplo o vídeo em MPEG-4. Contrariamente, para vigiar uma sala de servidores, onde o detalhe já é necessário (por exemplo para ver os leds a piscar permitindo deteção de qualquer problema informático) deve-se utilizar câmaras com um angulo focado, focando cada câmara num alvo mais específico.

O número de câmaras não melhora em nada o detalhe das imagens ou da informação, apenas melhora a área de cobertura da vigilância. Poder-se-á dizer que se vê melhor um objeto com mais câmaras, pois pode-se reconhecer melhor pela sua forma, ou cor, ou até poderá ajudar a retirar mais informação para melhor identificação do mesmo, mas a qualidade das imagens não melhorará. Deste modo, as câmaras devem ser colocadas estrategicamente nos locais (cantos, a apontar para as entradas e saídas, sob boa iluminação).

Também se deve prestar atenção aos valores do ritmo de transmissão, uma vez que nem todos os casos necessitam de valores tão elevados como os 25 ou os 30 frames por segundo. Normalmente, em videovigilância, o ritmo máximo é entre 12 a 15 frames por segundo, uma vez que o vídeo captado deverá ter pouco movimento, comparativamente com vídeos/filmes que passam na televisão. Assim, por exemplo para vigiar uma caixa de supermercado, onde há movimento constante de pessoas, deve-se em média recorrer a um ritmo de 15 frames por segundo, se for um corredor de uma escola ou universidade pode-se baixar para 5, por sua vez se for um parque de estacionamento pode-se ainda baixar mais para 3 e, por último, num local onde não costume haver movimento pode-se passar para 1 frame por segundo, se a câmara estiver a cobrir um espaço amplo. Verifica-se assim, que quanto menos movimento houver, menos ritmo se pode ter. 

Uma empresa que preste este tipo de serviços, pode recorrer a estes dados para reduzir custos ou para diferenciar vários tipos de serviços com diferentes tipos de preços para o utilizador. Pode também diferenciar os seus serviços dando ferramentas ao utilizador, por exemplo aplicações móveis para smartphones ou em páginas web. Há empresas também que implementar, para além de câmaras e microfones, certos sensores para a identificação de um acontecimento específico. Os dados destes sensores poderão ser disponibilizados diretamente ao utilizador e podem fazer parte de uma solução mais cara para este. 

Por outro lado, as empresas de videovigilância também têm que decidir, contextualizando os seus serviços ao caso em questão, que tipo de sistema devem disponibilizar. Ou seja, devem escolher os transdutores que melhor se adequam ao caso, devem escolher os protocolos e codecs a utilizar, podendo fazer uma mistura destes para diferentes circunstâncias da área, e devem também escolher uma forma de armazenamento e de reprodução, tanto para o utilizador como para possíveis funcionários que estarão a analisar os dados.


Segmentação de Mercado

A videovigilância global como um serviço de mercado tem sido segmentada em várias componentes: aplicação, componentes, utilizador final, serviço e, por último, por vezes também em região.

A segmentação de aplicação divide o mercado, entre outros, em: comercial, industrial, de infrastruturas e residencial.

A segmentação baseada nos componentes divide o mercado em: hardware e software/analytics.

Relativamente ao utilizador final, este é subdividido em áreas aemelhantes à segmentação de aplicação, isto é, comercial, industrial, de infrastruturas e residencial.

A segmentação de serviços faz, essencialmente, a distinção entre serviços que apenas requerem manutenção e serem geridos (managed services); e serviços que serviços que, além das necessidades anteriores, também requerem ser alojados (hosted services).


Key Players

Alguns dos players que mais se destacam a nivel mundial na área de videovigilância global como um serviço de mercado são:

  • Brivo Inc, (Estados Unidos);
  • Bosch Security Systems (Alemanha);
  • Cisco Systems, Inc. (Estados Unidos);
  • Hangzhou Hikvision Digital Technology Co.,Ltd (China);
  • Honeywell international Inc. (Estados Unidos);
  • Panasonic System Networks Co. Ltd (Japão);
  • Genetec (Canadá);
  • Cloudastructure  Inc, (Estados Unidos)
  • Neo Solutions, Inc (Estados Unidos).

Contacto

Ricardo A. M. Lameirinhas

ricardo.lameirinhas@tecnico.ulisboa.pt

Tiago M. Santos

tiago.marques.santos@tecnico.ulisboa.pt