Na descrição mais simples, uma classe interna não é mais do que uma classe definida dentro de outra, sendo o acesso a ela controlado pela classe externa através das habituais especificações public, private, etc. Ainda nesta abordagem simples, este processo permite definir âmbitos restritos de visibilidade e acesso.
Em C++ e para classes internas Java declaradas static, a descrição "simples" é a que realmente é implementada pela linguagem. Nestes casos, serve apenas como processo de organização de código, não havendo necessariamente uma relação entre as classes internas e as externas que as contêm. Embora estes usos tenham utilização, especialmente em C++ (onde são a única possibilidade), não são a forma habitual de definir classes internas em Java.
As classes internas em Java são mais que classes definidas dentro de outras classes. A definição destas classes implica que existe uma relação estreita entre uma classe interna e a externa que a contém. A definição é tal que as instâncias de classes internas têm acesso implícito às instâncias das classes externas, no contexto das quais foram criadas. Como se verá abaixo esta ligação é muito importante para os aspectos interessantes da programação utilizando este tipo de abstracções.
De modo análogo ao do acesso nos métodos de uma classe, o código de uma classe interna é considerado código da classe externa e pode ser por ela utilizada. Reciprocamente, o código da classe interna tem acesso implícito (directo) ao código e atributos da classe externa, mesmo que esta os tenha definido como private.
A criação de objectos com base em classes internas, na segunda definição, não é sequer possível sem a existência prévia de uma instância da classe externa. Os vários exemplos abaixo ilustram esta questão e introduzem nova formas de escrita (sintaxe) relacionadas com a criação e inicialização (new e construtores) destes objectos.
Estes exemplos ilustram o uso de classes internas, evidenciando vantagens relativamente à ocultação de pormenores de implementação e consequente melhoria na abstracção e organização de código.
O exemplo dos gatos iteráveis mostra como iterar um gato constituído por várias partes. Começa-se com uma implementação menos elegante e termina-se com a "melhor" implementação.
Os exemplos seguintes dizem respeito a interfaces Java.
Os exemplos apresentados nos vários com um gato e um estômago são semelhantes aos anteriores, mostrando como localizar a definição de uma classe interna junto do código onde é utilizada.
Os exemplos de carros e motores apresentam casos em que existe herança, tanto nas classes externas, como nas classes internas e casos mistos. Note-se que alguns destes casos não são "normais" e apenas se apresentam para evidenciar consequências relativas à programação com classes internas e herança.