Harry Potter: as 8 razões que fazem esta saga tão boa

Desde que me lembre da minha existência, que me lembro de ser um fã da saga Harry Potter. Já li os livros montes de vezes e é, sem margem de dúvida, a minha saga preferida e uma das melhores histórias de quem cresceu nos anos 2000.

A capacidade de escrita de J.K. Rowling é astronómica: o seu poder de descrição, de nos transportar para um novo mundo, de nos envolver com as personagens e de construir momentos tão credíveis e de passar mensagens tão poderosas, que ainda hoje estão na nossa memória.

Mas, afinal, o que faz destes livros tão relevantes assim? O que é tão apelativo na fantasia criada por J.K. Rowling?

 

Os livros crescem com o leitor

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Uma característica presente na saga é a sua evolução na escrita: a Pedra Filosofal começa por ser algo bastante simples e leve, evoluindo até aos Talismãs da Morte, uma narrativa muito mais adulta e complexa. Os temas também evoluem: apesar da temática começar bastante negra, com uma criança orfã e o tema da morte bastante presente logo de início (potencialmente influenciado pela própria morte da mãe da escritora enquanto esta escrevia os livros), fica progressivamente mais sombrio com o regresso do Quem-Nós-Sabemos ao poder, a introdução das Horcruxes, o aumento exponencial do número de mortes…

Reparemos que o primeiro livro saiu em 1997 e o último livro em 2007. Apesar de não ser concretamente o meu caso (li os primeiros quatro livros por volta de 2004 e portanto apenas tive de esperar pelo lançamento dos últimos 2) um leitor que tenha acompanhado a história logo desde o início foi crescendo bastante ao longo do lançamento da série. E os livros tiveram de acompanhar esse crescimento mental dos leitores. E, felizmente, eles acompanharam!

Fala de perdas emocionais

Harry Potter pode ser, por vezes, demasiado trágico para uma criança – a história de um jovem cujos pais foram assassinados quando ele tinha apenas 1 ano de idade; deixado ao cuidado de uma família abusiva; perseguido por desgraças. Mas, no final de contas, lidar com a morte e com as perdas de quem nos é querido é algo com que temos de lidar ao longo da vida e essa é uma mensagem importante a passar às crianças, que, apesar de tudo o que nos pode acontecer de mau, há vida para além disso e é possível ser feliz. O Harry perdeu os seus pais cedo, mas rodeou-se de amigos maravilhosos, de grandes figuras a seguir, e acabou por encontrar uma família que lhe deu o apoio e o carinho de que precisava. E continuou a sofrer, a perder pessoas ao longo da história, mas tudo fez parte do processo de crescimento e de maturação, de se tornar um adulto.

Cada morte em Harry Potter foi maravilhosamente bem escrita. O Harry sente e nós também sentimos, também ficamos tristes a ver aquelas personagens a morrer. Com a morte de Sirius, o Harry sentiu raiva. Com a morte de Dumbledore, ele entrou em completa negação. E sentimos inúmeras outras, sofremos com elas.

A morte de tantas personagens importantes é de facto difícil de se lidar, mas é necessária para a evolução do Harry e dá realismo à história. A morte existe e temos de lidar com ela, por mais depressiva que possa ser.

Mostra-nos o poder do conhecimento

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Com personagens como Hermione e Dumbledore, a autora mostra-nos que o poder vem do conhecimento e não da força.

No sexlo livro quando Harry começou a ter lições privadas com Dumbledore para conseguir derrotar Voldemort este não procura ensinar-lhe os mais sofisticados encantamentos. Incita-o sim a saber mais do passado de Tom Riddle de forma a perceber quais as suas fraquezas: e acaba realmente a confirmar a sua teoria sobre as Horcruxes. E no final, foi esse conhecimento que permitiu que Harry e os seus amigos eliminassem de vez o Senhor das Trevas.

Foi também as inúmeras leituras de Hermione que o ajudou ao longo dos sete livros a ultrapassar os vários obstáculos: descobrir que o monstro da Câmara dos Segredos era um Basilisco, o que eram os Talismãs da Morte, como destruir Horcruxes…

Conhecimento é poder!

Fala de sacrifício

Sacrifícios são para um bem maior em Harry Potter, e são inúmeras as personagens que se sacrificam por outras: a armada de Dumbledore luta por um futuro melhor; o Harry, Ron e Hermione desistem de uma vida comum, da escola, para ir atrás das Horcruxes de forma a derrotar Voldemort; e o último sacrifício de Harry no último livro, o maior de todos: o de realmente enfrentar a morte.

Fala de amor

 

O amor. O quão vital é nesta história. O amor nas suas múltiplas formas: amizade, família,… Entre Harry, os Weasley, a Ordem, a Armada… O amor de mãe, de Lily Potter, tão vital para a história e que é uma das chaves para que Harry se salve no final; o amor de Severus Snape por Lily Potter que o faz tornar-se um duplo agente para Dumbledore para vingar a morte dela. O amor incondicional é uma constante nos livros de Harry Potter.

É possível fazer comparações com a realidade

Harry Potter faz-nos refletir sobre o nosso mundo e, fora os feitiços e os dragões e toda a magia por volta da história, é possível fazer um paralelismo entre a guerra do mundo mágico e a nossa 2ª guerra mundial: o clima que se vivia, o racismo… Esse género de coisas foram vividas no nosso mundo. E esse é de facto o papel da fantasia, de nos fazer refletir sobre o que já aconteceu no mundo através de um universo paralelo, abstrato.

 

 

Ensina-nos o valor das nossas escolhas

Como proferido em Harry Potter e a Câmara dos Segredos “São as nossas escolhas que mostram quem realmente somos, muito mais do que as nossas capacidades”. São inúmeras as vezes em Harry Potter que personagens sem qualquer perfil heroico, algo inseguras – desde Neville Longbotom a Molly Weasley e, mais do que tudo, o prório Harry – que fazem a escolha que para muitos seria a estúpida, a de lutar contra o invencível, tudo isto por uma e uma só razão: por ser a escolha acertada.

Ensina-nos a importância da lealdade

A lealdade firme de Harry para com os seus amigos leva-os a fazer muitas das tais decisões “estúpidas”, de defender quem precisa dele a qualquer custo. E aprende rapidamente a diferença entre poder (representado por Voldemort e pelo Ministério da Magia) e autoridade (representado pelos sábios e sábias feiticeiros que vai conhecendo, muitos deles em Hogwarts), o que se reflete nas lealdades que vai criando.

 

 

 

Esta série é, de facto, fantástica e recomendo a qualquer pessoa que lhe dê uma oportunidade.